Então você desenvolveu uma tecnologia, transformou ela numa start-up que está indo de vento em popa, e agora que dar o próximo passo. Parabéns, é deste tipo de empreendedorismo tecnológico que o país necessita.
Mas sabemos que empreender não é nada fácil, principalmente quando é preciso investir pesado em uma nova tecnologia para depois levá-la ao mercado. É para isto que o governo destina alguns programas de fundo perdido, no qual o PIPE da FAPESP, que concede até R$ 1 milhão, se destaca como um dos principais deles.
Imagina o governo te dando um milhão no caixa da sua empresa para custear o projeto que você quer desenvolver? Parece ótimo, não? Na verdade é. O único detalhe é que aprovar um projeto como este na FAPESP não é fácil. Há alguns elementos chaves que o projeto deve conter, e sem eles, iniciar o pleito não faz sentido pois seriam poucas as chances de aprovação.
Então vamos lá às dicas para você aumentar bem as suas chances de sucesso.
Se ao final delas você achar que o PIPE não é indicado para sua empresa, não desanime. Avalie outras alternativas para sua empresa, como por exemplo conseguir um financiamento, ou mesmo iniciar a preparação para receber um Venture Capital.
5 dicas para captar o fundo perdido do PIPE da FAPESP
Embora não esteja claro nas regras do programa que você pode encontrar no site da FAPESP, nossos anos de experiência submetendo projetos para o Pipe para diversas empresas nos deram um bom feeling do que está escrito nas estrelinhas, ou seja, do que tacitamente é relevante na hora de preparar um projeto para ser submetido. Como somos caras legais, estamos compilando isto nas dicas abaixo, que podem a princípio não fazer muito sentido para você, mas acredite, são o que vale na hora de aprovar um pleito.
1 – Seu projeto realmente é de P&D?
O principal item que a FAPESP irá avaliar é se o seu projeto é um projeto de pesquisa, e não um simples desenvolvimento. Criar um website em HTML para vender coxinhas online é diferente de um projeto de pesquisa de algoritmos de inteligência artificial para detectar Tsunamis. Este pode ser um exemplo exagerado, mas já dá um ideia do tipo de projeto que a FAPESP costuma aprovar.
É importante também perceber que por mais que o seu projeto seja inovador em termos de mercado, se ele não for um projeto de pesquisa são baixas as chances de aprovação.
Se você tem dúvidas se o seu projeto é realmente de pesquisa, ou quer ver mais exemplos sobre o assunto, fizemos um guia gratuito sobre o tema que você pode baixar clicando aqui.
2 – Sua equipe é qualificada?
Sejamos sinceros aqui. Você ou sua empresa possui pessoas com experiência acadêmica comprovada no assunto que você vai pesquisar? Lembre-se que a FAPESP é um orgão formados por acadêmicos. Então titulações como Doutorado ou Mestrado para os membros da equipe são essenciais. Melhor ainda se eles tiverem publicações nos temas. Isto é quase uma condição sine qua non para o projeto. Se o pessoal da sua empresa tem bastante experiência mas não tem titulação, considere fazer parceria com um doutor ou professor universitário no tema para participar do projeto.
3 – Orçamento: Cuidado com os serviços de terceiros
Na hora de elaborar o orçamento, atenção para o fato de que os serviços de terceiros não podem ultrapassar 50% do valor do projeto. Além disso, para a FAPESP, o serviço de terceiro não pode caracterizar uma transferência da pesquisa, mas sim serem pontuais e técnicos. Por exemplo, testes, análise laboratoriais, usinagem de equipamentos, etc, são serviços aceitos sem problema. Agora contratar como um serviço de terceiro um especialista em back-end para fazer o core do seu sistema não será bem visto para a FAPESP – contratar um bolsista neste caso seria mais indicado.
4- Atenção na hora de pedir as bolsas
As bolsas são uma vantagem excelente do PIPE: você terá funcionários trabalhando na sua sua empresa custeados 100% pela FAPESP. E a bolsa ainda entra para eles sem imposto de renda. Mas cuidado na hora de pedir as bolsas, pois é necessário comprovar que o projeto precisa daquela pessoa e daquela expertise. E principalmente na hora de elaborar o cronograma, atente para não comer bola e alocar todos os bolsistas em atividades em todos os meses que eles estiverem recebendo bolsa. Parece óbvio, mas não é tão simples assim na prática. Quando você começar a montar o cronograma vai entender do que estamos falando.
5 – Reserve um bom tempo para o sistema SAGE
O PIPE é uns dos programas de financiamento à P&D que possuem a documentação mais extensa para elaborar. Sendo bem sinceros, não é nada fácil. Comece a elaborar a papelada bem antes da data limite, pois tudo leva tempo. E principalmente, reserve um dia ou dois antes da data limite para fazer o upload das informações no sistema SAGE da FAPESP, que é a plataforma de envio do projeto.
Isso ocorre pois o Sage tem as suas pegadinhas, e se você deixar realmente para a última hora pode ser que não consiga fazer o upload de toda documentação a tempo, e aí você pode perder o prazo e aí vai pro lixo todo o trabalho realizado (já aconteceu isso com um de nossos clientes). Sem contar que estes sistemas do governo às vezes saem fora do ar, então já viu né?
Esperamos que estas dicas tenham te ajudado. Embora o PIPE seja um mini dragão para você matar, há um mini tesouro embaixo da montanha que vale a pena. Claro que com todos os percalços que programa traz, contar com uma consultoria experiente como a idr pode aumentar bastante suas chances de sucesso e evitar bastante dor de cabeça. Então fica a seu critério contar com nossos escudeiros para a jornada.