Uma notícia chamou a nossa atenção recentemente: as empresas estão tornando-se independentes dos recursos do BNDES para sanar as dívidas. Um levantamento do Centro de Estudos de Mercado de Capitais (Cemec) mostrou que nos últimos cincos anos, a fatia de participação dos financiamentos do BNDES para as operações financeiras da empresa, como capital de giro, caiu de 20% para 12,9%.
Um dos pontos levantados foi a queda dos desembolsos do banco: em 2013, o BNDES liberou R$ 190 bilhões. Até setembro de 2018, o montante foi de R$ 64 bilhões.
Agora, vem a próxima informação interessante: durante o mesmo intervalo, as emissões de títulos e ações no mercado de capitais, subiram de R$ 140 bilhões para R$ 226 bilhões. Isso apesar da economia deprimida.
Em um análise mais profunda, o que vemos com esse movimento de mercado são alguns pontos-chave que provavelmente serão tendências nos próximos anos. O primeiro é a mudança interna do próprio BNDES que hoje vive uma mudança de política operacional. O que espera-se é que o banco atue apenas em áreas em quem o mercado privado não consegue atender, como inovação, pequenas e médias empresas e infraestrutura.
Em segundo, a mudança recente na política de juros e a queda da taxa Selic criaram um cenário favorável para as empresas lançarem papéis no mercado ou para investir ou para refinanciar débitos mais caros, algumas vezes, do próprio BNDES. A rentabilidade dos títulos públicos, líderes absolutos dentre os investimentos brasileiros, caiu e abriu espaço para que os investidores buscarem opções com maior risco em troca de maior rentabilidade.
Em terceiro lugar, as condições do mercado internacional também influenciaram a emissão de títulos pelas empresas brasileiras. No primeiro semestre de 2018, a os juros externos estavam baixos e a demanda por novos papéis estava alta.
Assim, muitas empresas aproveitaram para antecipar financiamentos que estavam para vencer. De acordo com o relatório do Cemec, a participação do mercado externo na dívidas das empresas subiu de 25,5%, em 2013, para 40% em setembro deste ano.
Como dissemos acima, acreditamos que essa reação do mercado de capitais irá continuar nos próximos anos, principalmente, porque os fatores externos (juros baixos, mudança na política do BNDES e participação do mercado externo nas dívidas) são tendências que devem tornar-se modus operandi.
Com juros mais baixos e maior liquidez, elas encontraram no apetite de investidores o espaço para substituir os empréstimos do banco de fomento por emissões de títulos e de ações no mercado interno e externo.
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