Como uma usina de energia solar pode captar um financiamento?

Aqui está um estudo de caso sobre como uma usina de energia solar pode captar um financiamento para sair do papel e começar a operacionalização. A energia solar é um tema que está em voga e a tendência é que a cada dia desponte mais e mais empreendimentos imobiliários seguindo essa linha.

Por exemplo, em Santa Cruz, na zona Oeste do Rio de Janeiro, será instalada uma usina solar com mais de onze mil placas fotovoltaicas em um aterro de lixo desativado já quase 25 anos. O custo total do projeto é de 40 milhões assumido iniciativa privada.

Mais um caso é a usina flutuante no município de Grão Mogol (MG) com uma  área de 11.000 m2 sobre o lago Santa Marta. Neste caso, a propriedade é da AEDAS (Associação Estadual de Defesa Ambiental e Social) e contou com recursos do programa de P&D da CEMIG (Companhia Energética de Minas Gerais).

Temos recebidos uma demanda considerável nos últimos meses sobre como estruturar um projeto de Usina Solar e, por isso, resolvemos compartilhar nossa expertise e conhecimento sobre o assunto. 

Esse post foi redigido pelos sócios da idr consultoria em parceria com Rafael Moret da Iriun – que foi um dos pioneiros na construção das primeiras instalações solares do País e sem o uso de IAs generativas. 

Rafael é sócio fundador da Iriun, prestando assessoria ao público corporativo na estruturação de usinas solares em geração distribuída.
Engenheiro de controle e automação pela Unicamp, iniciou carreira em energia solar em 2013, participando do desenvolvimento de alguns dos primeiros projetos de telhados solares do Brasil. Executivo com ampla experiência na área de finanças e negócios, possui passagens pelos segmentos de energia, e-commerce e automotivo.

Juntamos as expertises para construir esse material com orientações importantes para te ajudar. Salve e compartilhe!

 

Como uma usina de energia pode captar um financiamento?

 

Antes de continuar, um esclarecimento: esse é um conteúdo direcionado para a fase inicial de estruturação. Selecionamos essa etapa porque acreditamos ser um momento muito importante e delicado do projeto e é imprescindível que o empreendedor saiba exatamente quais fatores avaliar e como tomar corretamente as decisões iniciais. 

Em anos de experiência orientando projetos de inovação e captação de financiamento com condições mais favoráveis do mercado, podemos afirmar que decisões erradas podem significar menor lucratividade ou mesmo grandes prejuízos na criação e construção da usina.

Então, vale a pena entender bem como este mundo funciona, principalmente se você é novo no setor. Vamos lá. 

1º passo: Cálculo dos custos do projeto 

Estruturação do CAPEX e OPEX

Para começar, é fundamental saber quais são os fatores básicos para avaliar se o projeto é viável. Primeiro passo é estruturar o Capital Expenditure, conhecido como CAPEX. Se você é da área, saber essa sigla serve para designar o quanto de recursos financeiros de uma companhia é gasto com bens de capitais.

Para esse levantamento, é necessário “planilhar” itens relacionados ao terreno como:

  • custos para aquisição ou locação da área; 
  • desembolsos para os estudos “Greenfield” – análise do terreno, do solo, etc;
  • diligências, visitas e deslocamento de pessoal técnico. 

Além disso, precisa-se mensurar os custos do “Engineering, procurement, construction” (EPC), a engenharia da construção da usina e a aquisição dos equipamentos. Isso dará uma dimensão de quais são os custos de construção de fato. Também oferece visibilidade sobre a necessidade de para reforçar a rede local da distribuidora que irá dar vazão à energia gerada. 

Dica de ouro: lembre-se do seguro! 

Um item muito ignorado pelos empreendedores no início do projeto são os custos com a contratação de seguros. Imprevistos acontecem é  imprescindível que haja seguros para esses casos. 

Após dominado todo o orçamento inicial de CAPEX do projeto, é hora de se avaliar o OPEX, ou seja, os custos para a operação da usina. Isto envolve: 

  • análise dos gastos administrativos – gestão, contabilidade, infra etc;
  • custos técnicos de gestão – sistemas de software supervisórios;
  • equipe técnica de manutenção preventiva e/ou corretiva, limpeza das placas, etc.
  • custo de rede da demanda contratada; 
  • Pessoas monitorando a usina, inclusive a segurança do local. 

Análise de viabilidade econômica da usina

Com essas duas pernas mapeadas, é hora de começar a realizar a análise de viabilidade econômica da usina, principalmente, considerando a estrutura de alavancagem (financiamento).

Para isso, calculamos a lucratividade e também o fluxo de caixa da operação. No caso de obter um financiamento, lembre-se que mesmo com a carência são cobrado os juros. Contabilize isso. E não esqueça das alíquotas corretas dos impostos na conta. 

Ufa, terminamos de modelar todos os custos envolvidos no projeto. Mas a dureza não acabou, está na hora agora de entender como vai se comportar a receita da usina. 

 

2º passo: definição do modelo de plano de negócios do projeto

 

Qual o melhor modelo de plano de negócios do projeto? Está na hora dessa definição. Essa parte é complexa porque deve-se ser levado diversos fatores em consideração para descobrir qual o modelo de receitas e despesas da usina e conseguir definir se o projeto é lucrativo e economicamente viável.  

Para isso, seguem algumas perguntas norteadoras:

  • A usina será arrendada? 
  • Será comercializado a energia de forma direta?
  • Quanto será cobrado pela energia gerada?
  • Qual serão as durações dos contratos de venda de energia?
  • Quais são as garantias em caso de inadimplência dos clientes?
  • Qual a estratégia para lidar com as inadimplências – está sendo provisionando uma “gordura” para cobrir os calores? 

 

 3º passo: escolha do terreno 

Existem vários fatores que impactam na escolha da área a ser implantada a usina. Primeiramente, há algum ônus em relação ao terreno pelo proprietário? Ele está quitado?  Além disso, vale sempre verificar se o terreno não está alienado a alguma outra operação, ou seja, se está realmente desimpedido. 

A partir disto, existem os requisitos técnicos para a avaliação de um bom projeto. Neste ponto, é importante realmente contar com consultorias técnicas especializadas para auxiliar, pois aqui não cabe espaço para amadorismo.

De modo resumido, o que podemos adiantar são parâmetros como:

  • análise do solo;
  • terreno;
  • nível de planicidade;
  • necessidade de supressão da vegetação;
  • distância até a subestação.
  • Resistência do solo.

Além disso, a localização da propriedade também impacta no nível de insolação, o que está diretamente relacionado à capacidade de produção da energia. A região geográfica também tem impacto direto no preço de venda da energia, pois isto estará de certa forma atrelado ao preço da energia local da distribuidora. 

Sempre existem também riscos socioambientais que devem ser avaliados. Como exemplo, quais serão os danos ambientais? Existe risco do município expandir para a região da usina e começar a ter uma especulação imobiliária forte na redondeza? Existem comunidades ou áreas ao redor que possam ser ocupadas por pessoas sem moradia? A área é passível de inundação ou alagamentos? 

Existem inúmeros fatores importantes para serem avaliados na definição do local exato da usina. 

Dica de ouro: caso já tenha um terreno, procure ajuda!

Conforme comentado, recomendamos veementemente a contratação de consultorias para escolha e análise técnica do terreno porque existem coisas que apenas especialistas terão o olhar clínico necessário. Isso é fundamental para garantir que fatores muito importantes, ou mesmo impeditivos tecnicamente, possam não passar despercebidos antes mesmo de se começar o projeto. 

Essas são algumas das orientações coletadas em anos de experiência em financiamentos e captação de recursos. Caso queira saber mais detalhes sobre a operação em si, recomendamos a continuação do texto!

Por último, fique sempre de olho em nosso blog! 

Estamos sempre postando as novidades do setor de usinas solares e financiamentos para grandes e médios projetos. 

Nós da IDR Consultoria, em parceria com a Iriun, gostaríamos de te ajudar a conseguir estruturar o seu projeto de usina solar tanto na parte técnica, de negócios, e também para a captação de um financiamento. Caso seu projeto seja maior de que R$ 1 milhão, que tal iniciar uma conversa com nossos consultores especializados no Whatsapp 011 9 4551 7945?

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