A internet das coisas (IoT) é considerada como uma das bases da quarta revolução industrial. A ideia por detrás do conceito de indústria 4.0 está na visão e execução de fábricas inteligentes, com estruturas modulares, monitoradas pelos sistemas ciber físicos, capazes de criar cópias virtuais e tomam decisões descentralizadas.
Devido a internet das coisas, os sistemas cooperam e se comunicam entre si e com os humanos por meio da computação em nuvem e ainda em tempo real. Por isso, essa inovação tecnológica está no centro das discussões e é uma das tendências em termos de inovação, pesquisa e desenvolvimento em dispositivos móveis.
Embora dispositivos IoT ainda estejam em estágio inicial de implantação, todos especialistas na área apontam que a tendência de crescimento para o setor nos próximos anos será imensa. A conexão entre os objetos físicos terá um impacto grande em diversos setores e contextos.
Alguns números sobre IoT:
- Até 2025, IoT deve gerar em nível mundial receita entre US$ 3,9 trilhões e US$ 11 trilhões;
- Em 10 anos, IoT deve contribuir para até 11% do PIB global;
- Em 2020, serão 34 bilhões de dispositivos móveis enquanto a população do planeta será de 7.6 bilhões. Ou seja, uma média superior a quatro dispositivos por pessoa.
Em estimativas dos ganhos potenciais por País, o Brasil aparece em 9º lugar, com um potencial de mercado estimado em US$ 70 bilhões até 2022.
Como o Brasil quer crescer em IoT?
Um dos maiores mitos do setor e que tentamos desmistificar aqui no blog da idr consultoria é justamente a falta de apoio do Governo para projetos de inovação. As novidades em planejamento, financiamento, programas de apoio, parcerias estratégicas e até fundo perdido são provas de que existe um esforço para que Brasil alcance as previsões traçadas para os próximos anos.
Antes de entrar em recursos financeiros em si, vamos destacar aqui alguns avanços que foram realizados no último ano.
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Primeiramente, podemos falar sobre o estudo Internet das Coisas: um plano de ação para o Brasil, elaborado pelo consórcio McKinsey/CPqD/PNM e pelo fundo de Estruturação de Projetos (FEP) em parceria com o BNDES. Esse documento deve orientar o Governo brasileiro na formulação de políticas para o desenvolvimento de IoT para o País e para sua elaboração foram usados como referência o The Alliance for Internet of Things Innovation (AIoTI), lançado pela União Europeia em 2015.
Além desse planejamento estratégico, o BNDES criou um canal para as empresas informarem-se sobre as linhas de financiamento disponíveis para IoT de acordo com o perfil da empresa.
Depois, uma segunda iniciativa do BNDES foi assinar um acordo com a FAPESP para fomentar a pesquisa e desenvolvimento de tecnologias neste setor. O acordo prevê a avaliação conjunta de focos tecnológicos relevantes para formulação de políticas públicas e coordenação de esforços para investimentos no país, como por exemplo o lançamento de chamadas conjuntas de projetos relacionados à P,D&I em IoT e Manufatura Avançada.
Além disso, recomendamos a leitura do material “O que é inovação para o Governo”. Nele, você consegue avaliar se a sua tecnologia/pesquisa está apta a ser financiada pelos recursos dos bancos públicos.
Recursos financeiros com juros mais baixos para IoT
Como sempre reforçamos, conseguir dinheiro de instituições públicas, como o BNDES e os bancos e agências de fomento estaduais é um caminho para conseguir juros mais baixos, prazos de carência e de amortização mais longos.
No entanto, esse tipo de recurso requer critérios bem específicos como ser uma empresa sólida e idônea, possuir balanço financeiro estável, patrimônio líquido positivo, estar com obrigações com o Governo e ter garantias para a realização da operação.
Mas não é impossível. Apesar de trabalhoso, vale e muito a pena investir para conseguir recursos do Governo. No final, significa milhões de economia em juros além de trazer alívio na hora de começar a pagar efetivamente. Vamos ás principais linhas:
Financiamento
BNDES
Para grandes empresas que querem modernizar suas linhas de produção, o BNDES oferece como principal linha o BNDES FINEM, que possui algumas segmentações específicas, como por exemplo, FINEM TI, ou o FINEM Inovação, embora estas segmentações sejam pequenas variações do FINEM principal. O valor mínimo a ser solicitado é de R$ 10 milhões.
O FINEM oferece taxa de juros anual de TLP + 2,1% a 6,56% ao ano, o dá que atualmente uma faixa entre 9 a 14% de juros anuais (considerando a TJLP em torno de 7%). O prazo de carência e amortização variam conforme a empresa solicitante, mas podemos colocar aqui em média até 24 meses de carência e até 10 anos para pagar.
Alguns setores da indústria, como por exemplo o agronegócio, tem a sua linha especial, o INOVAGRO, que possui condições bem mais facilitadas para o setor.
Para pequenas e médias empresas inovadoras, existe o BNDES MPME. A taxa de carência gira em torno de 24 meses, e os prazos de amortização e juros variam de acordo com o banco terceirizador.
FINEP
A FINEP disponibiliza duas linhas importantes para grandes empresas que querem desenvolver um projeto de inovação:
FINEP para empresas
Com valor mínimo de R$ 10 milhões, esta linha (antigo FINEP 30 dias) é voltada para projetos de P,D&I. A taxa de juros varia entre 7 a 10%, aproximadamente, de acordo com o grau de inovação do projeto.
FINEP Inovacred
A grande vantagem do programa é que ele oferece condições extremamente atraentes em termos de juros, que giram em média em torno de 8 a 9% ao ano.
Isso mesmo que você leu 8 a 9% ao ano, o que é muito abaixo da grande maioria das linhas de financiamento que existem para pequenas e médias empresas (e com certeza bem melhor do que os 6% ao mês que o seu gerente do banco vive querendo te empurrar).
O Inovacred é operado via uma lista de bancos regionais como BADESC, AgeRio, Desenvolve SP, Desenbahia, etc. Veja a lista completa aqui.
Além destas duas linhas principais, há também linhas específicas oferecidas pelos bancos regionais, sendo que algumas delas são até melhores que o Inovacred e o MPME. Deste modo, é altamente recomendado conhecer as linhas do seu banco estadual e compará-las com o BNDES.
Para entender mais sobre o assunto, leia esses posts:
- Será que está na hora de conseguir um empréstimo? Fatores para avaliar!
- Por que o patrimônio líquido é fundamental para conseguir um financiamento
- Como conseguir milhões com as melhores condições do mercado
Fundo Perdido
BNDES Pilotos IoT
O BNDES lançou um edital de R$ 20 milhões a fundo perdido para financiar projetos pilotos inovadores em Internet das Coisas (IoT) desenvolvidos por consórcios montados por instituições de ensino e pesquisa.
As linhas de pesquisas prioritárias são: mobilidade, segurança pública, eficiência energética e saneamento, cidades, monitoramento contínuo no tratamento de doenças crônicas, prevenção de epidemias e eficiência na gestão no âmbito da Saúde e o uso eficiente de insumos e recursos naturais, de maquinário, além de segurança sanitária no âmbito Rural.
A linha BNDES Pilotos IoT não contempla diretamente instituições privadas com fins lucrativos, no entanto, as empresas podem participar do projeto como parceiros dos projetos, como ofertantes de tecnologia, demandantes por soluções, avaliadores ou co-financiadores.
Programa TechD
O Programa TechD para fomento à inovação. São R$ 18 milhões em recursos não reembolsáveis sob a gestão da Softex para impulsionar projetos inovadores em internet das coisas (IoT), saúde, energia e mobilidade.
Nesse primeiro momento, está aberta chamada pública para a seleção de empersas que tenham interesse em testar ou investir em projetos vinculados, a pelo menos, uma das quatro linhas temáticas do programa.
O programa TechD surge com o intuito de aproximar empresas brasileiras, centros de P,D&I, universidades, startups e projetos de pesquisa para desenvolvimento de ações de empreendedorismo de alto impacto tecnológico nas linhas temáticas de Internet das Coisas (IoT), Energia, Mobilidade e Saúde.
Pode soar estranho, mas ás vezes, o fundo perdido não é a melhor opção para a sua empresa. Principalmente, porque é um processo demorado e cheio de detalhes. O que acha saber se sua empresa consegue recursos a fundo perdido antes de começar? Dê uma olhada nesse infográfico grátis!
Contratar uma consultoria para auxiliar a sua empresa na captação de um empréstimo é uma opção barata para se obter a melhor linha de financiamento possível, o que se traduz em juros menores (o empréstimo fica mais barato), longos prazos para quitar a dívida, além de outros benefícios como:
- Agilidade e facilidade de aprovação;
- Obtenção do crédito de forma mais rápida;
- Condições diferenciadas na operação;
- Economia de tempo sua e do seu financeiro;
- Análise de contratos e cláusulas.
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